Bebê engasgado: saiba os primeiros socorros que salvam vidas

Bebê engasgado: saiba os primeiros socorros que salvam vidas

A alimentação é fonte de nutrientes para os bebês, mas também gera preocupação aos pais quanto à possibilidade do bebê se engasgar. É impossível garantir que isso não ocorrerá durante os primeiros anos de vida, mas há como estar melhor preparado para prevenir o acontecimento e para prestar socorro, se necessário. 

 

O engasgo é a obstrução do fluxo de oxigênio por um alimento ou objeto. Os bebês engasgam com maior frequência, pois suas vias respiratórias são mais estreitas e ainda estão se desenvolvendo.

 

Alguns cuidados podem ser tomados para ajudar a deglutição nos bebês e tornar a hora da refeição mais segura, mas ainda assim a criança pode levar à boca um objeto que cause o bloqueio da passagem de ar. 

 

A curiosidade é uma característica das crianças e, até por volta de 18 meses, os bebês utilizam a boca como meio para conhecer gostos e texturas. Por isso, a atenção tem que ser dobrada nesta faixa etária. 

 

Para se ter uma noção, cerca de três a cada quatro óbitos por engasgo em crianças são de bebês com até 1 ano. 

 

O estudo descritivo, elaborado a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), reporta 2.148 mortes por engasgo em crianças de até 9 anos, entre 2009 e 2019, no Brasil. Na média por ano, durante o período, foram 195 óbitos infantis por engasgo. 

 

A agonia do bebê e a possibilidade de asfixia causam tensão e desespero nos pais, mas é preciso manter a calma e aplicar as técnicas para ajudar o bebê a expelir o obstáculo preso. 

 

Para isso, a Bebê Dorminhoco, especialista em qualidade de vida para os bebês, preparou este blog com as instruções do que fazer quando o bebê engasga.

 

As recomendações das manobras e procedimentos feitas constam nos protocolos de instituições com credibilidade na área da saúde e atendimento médico, entre elas a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Hospital Israelita Albert Einstein , o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, a American Heart Society e o Grupo de Pesquisa em Enfermagem no Cuidado à Criança e ao Adolescente da Universidade de São Paulo (GPECCA/USP). 

 

Leia na sequência as principais manobras, sintomas e procedimentos para lidar com a obstrução de vias aéreas nos bebês. 

O que fazer quando o bebê engasga

Se o bebê engasgar, o primeiro passo é certificar-se de que ele está respirando. Para observar a respiração, olhe com atenção para o movimento de sobe e desce do diafragma, na altura do abdômen. 

 

As laterais da narina também se movimentam no ato respiratório e podem servir de indicativo da respiração. 

 

Gemidos e chiados são indícios de um fluxo de ar debilitado, mas ainda existente. Se ainda estiver em dúvida, posicione o seu rosto próximo ao do bebê e tente sentir na pele a expiração do ar. 

 

O que não fazer quando o bebê engasga

Sob nenhuma hipótese tente retirar o alimento ou objeto da garganta do bebê com as mãos. As vias aéreas dos bebês ainda não se desenvolveram completamente, o que aumenta a chance de piorar a situação com o uso dos dedos, pois provavelmente o obstáculo será empurrado ainda mais fundo. 

 

Além disso, as unhas podem machucar as estruturas internas da boca e da garganta. 

 

Outra recomendação do que não fazer é sacudir o bebê. Isso pode assustá-lo ainda mais, além de colocar em risco outras regiões do corpo do bebê. 

 

Respiração debilitada do bebê

Com a confirmação da respiração, segure a criança confortavelmente no colo virado para você. 

 

A tosse do bebê é uma das manifestações do engasgo e pode ajudar a expelir o objeto. 

 

Se o bebê chorar, é um bom sinal de que as vias aéreas estão desobstruídas. O choro é um indicativo de que está tudo bem e o objeto foi expelido sem precisar de mais estímulos.

 

Caso as vias aéreas sigam parcialmente bloqueadas, entre em contato com a assistência médica para pedir ajuda e prossiga com a manobra de desobstrução. 

 

Manobra para bebê engasgado

A manobra para ajudar o bebê a cuspir o objeto ou o alimento preso na garganta é simples, mas deve ser efetuado com cuidado e precisão.

 

  • Posicione o bebê sobre o antebraço, de barriga para baixo; 
    • A cabeça deve ficar um pouco mais baixa em relação ao restante do corpo;
    • Mantenha a boca do bebê aberta com o dedo indicador e médio;
    • Apoie o antebraço na coxa para ter mais firmeza; 
  • Dê 5 tapas com a base da mão entre os ombros do bebê, no meio das costas;
    • Aplique um pouco de força, mas sem machucá-lo;
  • Coloque o bebê deitado com as costas no outro antebraço para fazer compressões;
    • Apoie o antebraço na coxa para ter mais firmeza;
  • Faça 5 compressões com dois dedos no meio do peito, entre os mamilos;
    • Cada compressão deve ter 4 centímetros, cerca de dois a três dedos.
  • Olhe atentamente para ver se a respiração voltou à normalidade;
    • O choro e o vômito são sinais de desengasgo;
  • Se o bebê continua engasgado, mas ainda respondendo aos chamados, repita a manobra com os tapas e as compressões. 

Respiração obstruída do bebê

Se não for possível assegurar que o bebê está respirando, ligue imediatamente para pedir ajuda ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no número 192 ou ao Corpo de Bombeiros no 193. 

 

Caso o bebê pare de responder aos chamados e não manifeste nenhuma reação, ele pode estar inconsciente. 

 

Cheque os sinais de respiração e, caso não perceba nenhum movimento de inspiração e expiração, prossiga para a manobra de reanimação infantil.

Manobra RCP em bebês

  • Posicione o bebê deitado com as costas sobre uma superfície firme;
  • Comprima com dois dedos o osso esterno, que fica entre os mamilos, no meio do peito; 
    • Faça 30 compressões;
    • A cada compressão deixe o peito do bebê retornar para a posição inicial;
  • Após 30 compressões, abra a boca do bebê e faça 2 ventilações;
    • Coloque uma mão sobre a testa e, com o indicador e polegar da outra mão, puxe o queixo do bebê para trás e para cima ao mesmo tempo; 
    • Encha a sua boca de ar e sopre na boca e nariz do bebê até perceber o tórax do bebê se levantar. 
  • A compressão e a ventilação fazem parte da massagem cardiorrespiratória e precisam ser feitas coordenadamente;
  • Repita até o socorro chegar ou o restabelecimento da respiração do bebê. 

Observações

Trata-se de um momento delicado, sendo recomendado muito cuidado e atenção nas manobras, em especial na reanimação cardiopulmonar em recém-nascidos (RCP). 

 

A cada 1 minuto, o socorrista deve fazer no mínimo 100 compressões e no máximo 120, simulando o batimento do coração do bebê.

 

Espere o peito retornar para posição inicial antes de realizar uma nova compressão para o coração possa se encher de sangue novamente. 

 

Somente faça a ventilação em bebês da sua família, pois o contato bucal pode levar à contaminação do bebê com alguma doença. 

 

Quando perceber a dificuldade em respirar da criança, ligue 192 para pedir socorro ao Samu ou ligue 193 para a ajuda do Corpo de Bombeiros. 

 

Segurança do bebê

A Bebê Dorminhoco, consultora do sono do bebê, dedica-se a tornar a vida de famílias mais seguras e equilibradas por meio de métodos para lidar com a birra e garantir um sono de qualidade. 

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Vitor

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